O demônio habita o meu corpo.
Sinto a sua carne roçar
as minhas tripas senis.
Tenho na pele
as marcas
desse monstro gerado em minhas entranhas.
Mãos inquietas
rasgam o interior do meu peito apodrecido.
E sinto gozo, dor, febre –
todas as coisas que um demônio pode oferecer a um mortal.
(Quente, meu amo! Tão exageradamente quente!)
Ando nu pelas ruas
e grito
como se somente uma tormenta pudesse me trazer a calma.
Meu corpo consciente
fundido ao corpo possuído;
a carne viva entranhada na alma que esmaece –
eis a unidade do mal.
Talvez me tragam um padre para o exorcismo.
Talvez me joguem água
para apagar as marcas da besta.
Mas ninguém poderá roubar da minha boca
esse gosto ardente de enxofre.
Sinto a sua carne roçar
as minhas tripas senis.
Tenho na pele
as marcas
desse monstro gerado em minhas entranhas.
Mãos inquietas
rasgam o interior do meu peito apodrecido.
E sinto gozo, dor, febre –
todas as coisas que um demônio pode oferecer a um mortal.
(Quente, meu amo! Tão exageradamente quente!)
Ando nu pelas ruas
e grito
como se somente uma tormenta pudesse me trazer a calma.
Meu corpo consciente
fundido ao corpo possuído;
a carne viva entranhada na alma que esmaece –
eis a unidade do mal.
Talvez me tragam um padre para o exorcismo.
Talvez me joguem água
para apagar as marcas da besta.
Mas ninguém poderá roubar da minha boca
esse gosto ardente de enxofre.
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NOTA: Pediram-me para postar mais alguns poemas. Bom, aqui segue um outro texto, que deve ser encarado como exercício lúdico e não como poesia. Não tenho o tempo, o talento e a maturidade necessários para escrever uma obra lírica de qualidade. Nem sei se os terei algum dia. Enquanto isso, divirtam-se com os meus devaneios semi-poéticos.
3 comentários:
O poema "o sexo dos demônios", que tem vestimenta pagã, beirando ao satanismo e é transbordante de volúpia está merecendo um olhar analítico, um olhar da crítica literária (ou seja: o meu olhar de crítica! kkkk). Em breve ele ganhará uma análise interpretativa. Aguarde e confira.
Afinal... todo bom "exercício lúdico" merece um exercício interpretativo, não é mesmo?Os versos "Meu corpo consciente
fundido ao corpo possuidor", ou seja, dois transformados em um só (a fusão amorosa: "a unidade do mal" - o entrelaçamento entre duas pessoas, "o emaranhado de pernas, só pode ser mesmo uma unidade do mal, pois, lembremos que o sexo é pagão, e como é bom e necessário que ele seja pagão!) apresentam um claro diálogo com Camões ("Transforma-se o amador na cousa amada")e, consequentemente, dialoga também com Bataille (o erotismo com desejo de completude)e isso me motivou e me deixou com água na boca pra fazer uma leitura mais aprofundada desses versos.E ela será feita...
Como disse Machado de Assis: "As palavras têm sexo".
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