E há tão pouco por trás da outra margem:
o trajeto da fuga
e a medida do salto.
Já não se bebe a água dos cactos
quando o horizonte se fecha.
Mas a fila
dos (últimos) mortos
permanece intacta em nossos olhos.
Que a luz tenha mesmo rasgado a madeira anciã!
Pois somente aqueles que
viram as árvores sanadas
conhecem a angústia da cicatriz.
II
Os objetos escuros se derramam sobre o chão.
Quanto menos os vejo,
mais sinto o peso de sua luminosidade.
Qualquer ser vivo
que, acaso, passe lá fora
se comporá por uma massa negra.
Mesmo que reste apenas
a transparência da forma
para um dia de lua ausente.
Não. Não olhe para o longe!
Não há horizonte capaz de satisfazer nosso canto de distância.
2 comentários:
Lindo, Dé. Tanto a foto como o poema. Um bom texto para começar o ano. Beijos!!!
Maravilhoso o poema!!! Gostoso de ler...muito bom mesmo...
Lembra um pouco o modo Zila de escrever!
bjussssss
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